Por Solange Fonseca
Eu sou…
Uma semente cultivada dentro de uma história que me fez nascer
Sou tudo e sou nada, florescendo no mundo que construo em meu viver
Sou mais do que um ser autônomo que me percebo e me encontro ao fechar os meus olhos, sou também parte de outros olhos, de outros olhares
Sou pura transformação, uma metamorfose ambulante, vibrante, energizante e intrigante
Sou expansão, não me enquadro em molduras pré-estabelecidas numa cultura com a qual muitas vezes discordo
Sou acordos que realizo comigo no conservar de tudo aquilo que para mim realmente importa, não fecho janelas e não fecho portas, mas não me abro para aquilo que faz sofrer o meu coração e assim me preservo neste viver
Eu sou um ser humano com tudo que há de belo em existir nesta espécie de ser, mas também, com todos os temores, dessabores e dores de ser um ser desta minha espécie
Eu sou emoção pura, emoção que me empurra e me freia, que me acelera e me acalma, que me aquece e me esfria, que acalenta e que lamenta, nesta montanha russa de aventuras emocionais me encontro com quem sou, sem fugir, sem medo, apenas acolhendo os meus sentimentos e reconhecendo que eles existem
Eu sou como poesia, narrativa, linguagem, sou como as conversas que eu faço e como aquelas que eu deixo de fazer
E na música que me preenche – “eu sou nuvem passageira que com o vento se vai…” – vou levando o amor na minha interdependência com o mundo, colhendo a vida que surge desta semente que um dia eu fui, brotando pelo caminho e semeando outras flores por onde eu passo
Eu sou…
*Esta narrativa poética é fruto do Café Ontológico realizado no dia 09 de julho de 2020 e pertence a todas e todos que participaram deste lindo encontro! Ana Paula, Ana Ruth, Aline, Andréia, Anne, Celeste, Clairton, Claudia, Fanie, Grasiela, Larissa, Luciane, Marília, Rivaldo e Sônia.